Mostrar mensagens com a etiqueta sea fauna. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sea fauna. Mostrar todas as mensagens

28.4.13

Antepassados /// Nas Profundezas




"Eu ainda era criança, mal me lembro. Estávamos ali, como de costume, com o pai e a mãe, a avó Bb'b,
alguns tios e tias que estavam de visita, o senhor Hnw, aquele que depois se transformou em cavalo, e nós
os mais pequenos. Em cima das nebulosas, parece-me que já contei outras vezes, estava-se por assim 
dizer deitados, em resumo encolhidos, muito quietinhos, deixando-nos rodar para o lado que rodava. Não 
estávamos deitados lá fora, percebem?, na superfície da nebulosa; não; aí fazia muito frio; estava-se por
baixo, como que embrulhados numa camada de matéria fluida e granulosa. Modo de calcular o tempo, não
havia; sempre que nos púnhamos a contar as rotações da nebulosa, surgiam contestações, dado que às
escuras não se tinham pontos de referência; e acabávamos por brigar. Assim, preferíamos deixar passar os
séculos como se fossem minutos; bastava só esperar, ficar tapados o mais que se podia, dormitar, fazer
uma chamada de vez em quando para termos a certeza de que estávamos lá todos; e — naturalmente —
coçar-nos; porque se fala muito bem, mas todo este redemoinhar de partículas não tinha outro efeito que não 
fosse um incómodo prurido."

Italo Calvino (Todas as Cosmicómicas)


"I was only a child, I can barely remember it. We were there, as usual, with Father and Mother, Granny Bb'b,
some uncles and aunts who were visiting, Mr. Hnw, the one who later became a horse, and us little ones. I
think I've told you before the way we lived on the nebulae: it was like lying down, we were flat and very still,
turning as they turned. Not that we were lying outside, you understand, on the nebula's surface; no, it was too
cold out there. We were underneath, as if we had been tucked in under a layer of fluid, grainy matter. There
was no way of telling time; whenever we started counting the nebula's turns there were disagreements,
because we didn't have any reference points in the darkness, and we ended up arguing. So we preferred to
let the centuries flow by as if they were minutes; there was nothing to do but wait, keep covered as best we
could, doze, speak out now and then to make sure we were all still there; and, naturally, scratch ourselves;
because — they can say what they like — all those particles spinning around had only one effect, a
troublesome itching."

Italo Calvino (The Complete Cosmicomics)

Ancestors V,  2013   ///   Ancestors VI, 2013   ///   Into the Depths, 2012   ///   Ancestors IV, 2013
Watercolor, acrylic and indian ink on paper. Aguarela, acrílico e tinta da china sobre papel.

26.3.13

The Wave Maker II


The Wave Maker II, 2013
O senhor que fazia ondas II, 2013

The inspiration for this watercolour painting came from a local legend (Olhão, Portugal) and its protagonist, a 
mythical being named Arraúl. He was the last surviver of Atlantis and created the islands of Algarve all by 
himself by carrying the soil from a nearby mountain (Cerro da Cabeça) to the sea. It is said that he built a
subterranean city in the caves of that mountain. Arraúl lived as a seamen and grilled sardines underwater! 
He was so strong he could raise huge boats and their crews with one hand and with the greatest of ease.
My grandfather tells this story in an amazing way, so I portraited Arraúl holding the wooden boat he had 
when I was a kid, and tattooed its name "Roaz" on Arraúl's arm. 
I also imagine that sea waves happen because Arraúl is playing music!

A inspiração para esta aguarela surgiu de uma lenda local (Olhão) e do seu protagonista, o Arraúl. Este foi o 
último sobrevivente da Atlântida que, quando cá chegou trazido pelas ondas do levante, criou o cordão dunar 
da actual Ria Formosa transportando terra do Cerro da Cabeça para o mar. Diz-se também que construiu uma
cidade subterrânea nas grutas deste mesmo cerro. O Arraúl vivia do mar e assava sardinhas debaixo de 
água! A sua força era de tal ordem que conseguia levantar enormes barcos e as suas tripulações com uma 
mão apenas. Segundo o meu avô, quando este mergulhava, voltava depois à tona com um submarino numa 
orelha e um porta-aviões na outra! O meu avô Chico tem uma maneira rocambolesca de contar esta lenda, 
por isso retratei o Arraúl segurando o pequeno barco de madeira que ele tinha quando eu era pequena. Tatuei 
também o nome do barco — Roaz — no braço do Arraúl. Cá para mim, se as ondas acontecem é porque 
este misterioso ser marinho está a fazer música no fundo do mar!

My grandfather Chico and his boat "Roaz" in Ria Formosa, 1990.
O meu avô Chico e o seu barco "Roaz" na Ria Formosa, 1990.


14.3.12

O Mostrengo intransigente




Em plena maré baixa, eis que encontramos o grande Mostrengo a puxar pelas suas sardinhas. 
— Nem mas nem meio mas! - resmunga, envolvido na sua piscícola insensatez.

10.11.11

Mermaid Morran



































Morran, a simpática cadela da Camilla Engman, será a personagem principal de um álbum ilustrado por artistas 
de todo o mundo! Este pequeno tesouro estará repleto de imagens sobre a Morran e os seus lucros reverterão
a favor de uma boa causa relacionada com animais. Para saber mais visitem o Studio Morran

Esta é a minha contribuição para o livro. A sereia Morran num enternecedor episódio de pescaria domingueira!

13.5.10

na Galeria Trema


A partir de dia 20 de Maio estarão expostos na Galeria Trema (Lisboa)
alguns dos meus trabalhos, que poderão ver e comprar. Estão todos
convidados!
20 de Maio > 19 de Junho
Pré-inauguração > 20 de Maio (quinta-feira) às 21:00
Inauguração > 22 de Maio (sábado) das 16:00 às 22:00